O interesse de Hockney pela fotografia começou com as fotografias instantâneas mas num contexto informal de registo dos diferentes momentos da vida privada.
As imagens de Hockney são como desenhos feitos com uma câmara, compondo-se de fragmentos que usam a ilusão da representação para nos dar a ideia da realidade.
O artista percebeu que podia criar novas formas e novas realidades a partir dos fragmentos que recolhia do todo – cada um era uma visão distinta, e cada uma delas requeria tempo de análise. Isso agradava ao artista. Hockney percebeu que as decisões que tomava quando fotografava eram semelhantes às decisões que tomava quando fazia um desenho descritivo.
O todo é descontinuado para dar lugar a um novo todo unificado que vive do que a câmara registou, dos contornos brancos das películas que emolduram cada cena, das sobreposições feitas pelo autor, das repetições que se sucedem nas distintas imagens.
Ao artista agradava-lhe a imprevisibilidade do resultado, semelhante às surpresas que podemos encontrar quando apreciamos cuidadosamente uma qualquer cena.
Hockney gosta de se incluir nas realidades que retrata. Com alguma frequência deixa uma mão, os pés, a sua sombra – algum indício que ateste a sua presença aquando da captura da imagem. Segundo o artista, a fotografia é forçosamente autobiográfica, por isso o fotógrafo tem de estar lá e misturar-se com a imagem.
Mother, Bradford Yorkshire, 1982
Celia’s
Children Albert + George Clark, Los Angeles, 1982
Jogo de palavras cruzadas, 1983
Minha mãe, 1982
Website do artista: aqui.
Fonte das imagens e bibliografia do texto:
HOCKNEY, D. [et. al.] (1985). David Hockney: fotógrafo. Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian.
Website do artista: http://www.hockneypictures.com/
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