Neshat cresceu num Irão anterior à revolução de 1979, onde as grandes cidades prosperavam e imperava um clima de grande abertura ao exterior. Ainda jovem, foi estudar para os Estados Unidos, como era frequente acontecer nas famílias mais abastadas.
Quando quis voltar ao Irão, não lhe foi permitido, só obtendo autorização para visitar o seu país natal em 1990.
Nesta visita, encontrou um país completamente diferente daquele que havia deixado, profundamente transformado pela revolução islâmica. A condição de mulher estava agora determinantemente condicionada pelo regime, que ditava e regulamentava a conduta das mulheres, consigo mesmas e com o mundo.
Aquando desta visita, foi obrigada a usar o chador, o pesado véu negro que a cobria da cabeça aos pés e que, até então, desconhecia como sendo uma obrigatoriedade para as mulheres, particularmente no espaço público.
Esta inquietante experiência, a obsessão pela pátria inacessível e sensação de não pertença ao novo país foram determinantes para o desenvolvimento da prática artística de Neshat, construindo um trabalho que entende, acima de tudo, como um discurso sobre si mesma.
O seu trabalho está relacionado com a sua condição de mulher iraniana forçada ao exílio.
A série 'Women of Allah', realizada entre 1993 e 1997, é composta por fotografias a preto e branco, de tamanhos distintos, com aplicação de tinta por cima da maioria das imagens. Quatro elementos com grande carga simbólica são recorrentes nesta série: o olhar, o véu, a escrita e a arma.
I am its Secret, 1993
Offered Eyes, 1993
Allegiance with Wakefulness, 1994
Guardians of Revolution, 1994
Identified, 1995
Untitled, 1996
Whispers, 1997
Bibliografia e fonte das imagens:
AZARI, Y. & AZARI, S. (ed. lit.). (2005). Shirin
Neshat. Milano: Edizioni Charta.
DANTO, A. C. & ABRAMOVIC, M. (ed. lit.). (2010). Shirin Neshat. New York: Rizzoli
International Publications.
ZAYA, O. (ed. lit.). [et. al.]. (2005). Shirin Nehsat: La última Palabra. The Last Word. León: MUSAC; Milano: Edizioni
Charta.
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